sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Professora sem classe

PREVISÍVEL DO INÍCIO AO FIM, CAMERON DIAZ PERDE A CLASSE EM MAIS UMA COMÉDIA FALHA


> Esperava bem mais de Professora sem Classe, na verdade sempre espero muito de Cameron Diaz, desde quando ela apareceu pela primeira vez ao lado de Jim Carrey dançando no Cocobongo. Mas apesar disso começo a me convencer cada vez mais de que atrizes como Diaz, Angelina Jolie, e Julianne Moore não conseguem se adaptar ao cinema fora de papéis de drama ou romance.

> Cada vez que uma atriz que atingiu a casa dos quarenta tenta se aventurar em uma comédia ou musical o resultado acaba sendo insatisfatório – a exceção de Meryl Streep, que parece ter o dom o de Midas. Diaz se esforça, e é uma grande atriz por natureza, mas assim como em Encontro Explosivo, ao lado de Tom Cruise, Professora sem Classe é uma comédia de enredo simples e que não proporciona risos, o que deveria ser seu principal objetivo.

> Jake Kasdan está na direção, e isto basta para se ter uma boa expectativa quanto ao filme. O diretor já deu uma passadinha por Californication anos atrás, e atualmente trabalha no seriado New Girl, protagonizado por Zooey Deschanel, ambos muito competentes na arte de fazer rir.

> Apesar do estilo de Kasdan ser perfeitamente visível, a começar com o comportamento de sua protagonista e a criação de cenas constrangedoras, no maior estilo de “isso-não-vai-dar-certo”, o trabalho acaba não saindo como o esperado.

> Ao longo do filme observamos um pote de vidro com uma fita adesiva segurando um papel escrito “New Tits” (novos seios), que aos poucos vai recebendo notas e moedas das economias de Elizabeth, a personagem de Diaz. Algo muito errado aconteceu na vida de Elizabeth para que de todas as profissões do mundo ela se torna-se professora. A loira é uma malandra em busca de vida e dinheiro fáceis. Faz um empenho gigantesco para encontrar um cara rico que a sustente, passando por cima de estagiários e professores de educação física sem dó nem piedade.

> Elizabeth possui erros de conduta que irão enfurecer a qualquer professora que assista ao filme. Já no primeiro dia de aula, o qual havia esquecido, chega de ressaca, apaga a luz da sala e passa um filme para os alunos. Isso se repete durante muito tempo, sem nem ao menos tentar aprender o nome da turma.

> Sua forma desleixada é apenas superada por sua maneira interesseira de ser. Quando entra em cena Justin Timberlake, e mais uma vez me pergunto quem deixou o garoto atuar, no papel de um ricaço otário, a vítima perfeita para nossa professora fraudulenta. Elizabeth coloca na cabeça que seu fracasso em arrumar o homem que vai sustentá-la está relacionado ao tamanho de seus seios, e daí para frente começa uma corrida épica na busca de se tornar a melhor professora e o prêmio estadual.

> O filme remonta a estrutura das turmas de escola, o mesmo modelo imutável apresentado no cinema desde Carrie. Temos ali o piadista, a CDF, a rainha do baile, o esquisitão apaixonado pela rainha do baile, e por aí em diante. A protagonista, como era esperado, ignora todas as oportunidades de se tornar uma boa profissional e se relacionar com os alunos. Ao invés disso tranca-se no carro para fumar sua “maconha medicinal” e escutar Rainbow in the Dark, Dio.

> O longa é uma versão totalmente conturbada de Mentes Perigosas, e quando Diaz sofre a maior mudança de seu papel, ainda assim é baseada em seus valores mesquinhos. Sua personagem, apesar de um tanto inovadora, é linear demais. A história segue conforme o esperado, e elementos como o amor verdadeiro e um toque de consciência aparecem, mas sua personagem não é perceptível a tais mudanças. O filme muda, mas sua protagonista não.

> Em suma, a professora sem classe é divertida e uma nova fórmula adaptada para a atriz, mas ainda não é o ideal. Acredito que o mais inovador no filme de Kasdan seja a esperança de ver Diaz com silicone.

Um comentário:

  1. Eu também assisti com bastante expectativa e ainda por cima no cinema. Acho que foi a maior bomba de 2011! rs Franquinho demais!

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