sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Planeta dos Macacos - A Origem

O OLHAR DE CÉSAR IRÁ TE PERSEGUIR


> Na mesa de cabeceira de um velho sofrendo de Alzheimer repousa o livro Júlio César, obra de Shakespeare que logo seria o nome também do pequeno símio que o cientista Will Rodman leva para casa após o exaustivo e fracassado dia de trabalho. Ali começa a série de acontecimentos que culmina na extinção da espécie humana e na ascensão do Planeta dos Macacos.

> Neste ano pudemos desfrutar do primeiro capítulo da famosa série de ficção cientifica em um nível nunca antes imaginado. Rupert Wyatt usou tudo aquilo que aprendeu em King Kong, Avatar e Senhor dos Anéis para alcançar um estágio de efeitos visuais totalmente surpreendente, onde o espectador nega-se a acreditar que são pessoas e não macacos que protagonizam o filme.,

> A imagem dos laboratórios e das jaulas dos animais continua a mesma, assim como o sentimento de pena ao deslumbrar as cenas. As experiências buscam a cura para o Alzheimer, e após mais de cinco anos de pesquisas Will Rodman, James Franco, finalmente elabora a droga ALZ -112. Ela regenera células mortas do cérebro, aumenta a inteligência e tem apenas um único efeito colateral, altera levemente a cor da íris.

> O chimpanzé César nasce de uma das cobaias do ALZ – 112 e rapidamente mostra grandes sinais de inteligência. No segundo dia de vida conseguia segurar a própria mamadeira, com 18 meses César já sabia a linguagem de sinais para 24 palavras. Com dois anos montava quebra-cabeças e modelos para crianças de oito. Aos três anos mostrava habilidades cognitivas superiores ao de um humano equivalente, e também jogava xadrez razoavelmente bem.

> A melhor interpretação no filme não é de James Franco nem de John Lithgow. O destaque é sem dúvida de Andy Serkis, o homem que dá vida a César. Serkis parece ter um talento inigualável para interpretações do tipo, foi ele também que deu vida a Golum, uma das personagens mais marcantes nos longas de O Senhor dos Anéis.

> Na segunda parte do filme, César é preso e colocado entre os seus. As cenas que seguem no interior do alojamento apresentam uma complexa relação de poder e liderança, onde na ausência de diálogos Rupert mostra o crescimento do símio e dá uma amostra de seu lado sombrio. O olhar humano de César persegue o espectador, e gera uma mistura de medo e fascínio em quem ousa encará-lo.

> O maior destaque do filme é o trecho na ponte Golden Gate, é neste momento em que se comprova a superioridade dos símios ultra-inteligentes aos humanos, e também quando César faz jus ao nome. O chimpanzé elabora uma estratégia incrível para combater seus agressores humanos, e dá vida a um líder a altura do imperador romano.

> O capítulo que conta a origem preenche com perfeição as lacunas e distribui inúmeros ganchos que se cruzam com a história original, inclusive com o longa de 2001 de Tim Burton. Da mesma forma, o filme se completa sem apelo desesperado por uma continuação. Planeta dos Macacos – A Origem é parte de uma história que já fascina gerações, e dá à franquia novo vigor, uma superprodução repleta de efeitos visuais, suspense e significado.


Publicado na edição 068 do jornal Manchete do Vale de Itajaí em 11 de novembro de 2011

Um comentário:

  1. Outro que eu preciso ver, foi muito bem recebido por todos. Gosto de James Franco =)

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