sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Cinema

CINEMA QUANTITATIVO DEIXA ESPECTADORES CARENTES DE BONS FILMES

> Que ano difícil. Tente lembrar, caro leitor, qual foi o último grande filme que você assistiu nas salas de cinema. Não estou falando daquelas películas de entretenimento como Transformers e Piratas do Caribe. Estou falando de filmes com atuações brilhantes e roteiro instigante. Um filme que choque, faça pensar. Um filme que realmente faça valer a pena o dinheiro do ingresso. 2011 foi realmente complicado para o cinema.

> Começo a pensar em como será a disputa do Oscar em 2012. Vamos deixar de lado toda aquela suspeita de que os resultados são manipulados e de que tudo não passa de um teatro. Por mais que a cerimônia seja realizada em um, prefiro pensar que as interpretações estão apenas nos longa-metragens. Consegue se lembrar da disputa do ano passado? Foi ácida. Acirrada. Ninguém podia prever o final. Simplesmente emocionante.

> Apenas para refrescar a memória, ti vemos Inverno da alma, Minhas mães e meu pai e A rede social. Estes três faziam parte do limbo, os três filmes bons, mas não com potencial para a estatueta de melhor filme. Um pouquinho acima, 127 horas, o enredo falava por si só. Chocante como foi, apenas não conseguiu se destacar por ser esmagado pela concorrência. É isso mesmo leitor, esmagado. 127 horas é um grande filme que nem sequer teve chance na premiação anterior, mas garanto que se daria muito melhor este ano.

> Competindo entre os adultos, Toy Story 3. Isso foi covardia. Uma espécie de amor não correspondido. A animação levou muita gente às lágrimas, mas disso a conseguir a estatueta em uma categoria que, por excelência, nem é a sua, não iria acontecer.

> No ringue principal, em uma batalha atroz, tínhamos cinco competi dores dispostos a tudo pelo cinturão/estatueta. Com menos chances, os pesos médios A Origem e O Vencedor. E os pesos pesados para onde a maior parte das apostas se dirigiu. Bravura Indômita, Cisne Negro e O Discurso do Rei. Cinco filmes totalmente distintos, mas igualmente fascinantes.

> Agora, volto à pergunta inicial. Qual o último grande filme que assisti mos nas salas de cinema? É claro que estou me adiantando um pouco, os indicados serão divulgados apenas em 24 de janeiro, ainda há um tempinho. Mas vamos ao que tivemos de bom neste ano, algum favorito? Algum grande nome? Tenho minhas preferências. De todas as produções a que assisti, diria que as melhores foram Planeta dos Macacos – A Origem e Confiar, mas sou realista, sei que não têm muitas chances, principalmente o segundo que a crítica considerou um bom longa-metragem para descarregar suas frustrações. Meu favorito, o trabalho em parceria de Spielberg e J.J. Abrams, é Super 8. A incrível trama com as criancinhas supertalentosas e roteiro recheado de clichês, que justamente por isso também não será um bom adversário.

> Ao que mais assisti mos? Comédias românticas ao estilo Sarah Jessica Parker, filmes de vampiros adolescentes, e sequências de Harry Potter, Piratas do Caribe, Velozes e Furiosos e Transformers nem de longe merecem prêmios por atuações. Mesmo o esperado filme de Johnny Deep se resumiu a nada mais do que um bom filme divertidinho, produzido apenas por interesses comerciais. Talvez haja uma brechinha para dramas como Água para Elefantes e A Árvore da Vida, filmes, no mínimo, comoventes.

> Além de todos os problemas em encontrar uma produção digna de elogios, tenho encontrado uma grande dificuldade para entrar na sala de cinema. Não apenas eu, mas os moradores da região, Balneário Camboriú, Itajaí, e arredores. Em primeiro lugar porque muitos filmes nem sequer chegam a entrar em cartaz. Confiar nunca estreou, Sucker Punch, e até mesmo Contágio, com aquela legião de grandes atores, jamais passou nas telonas. E não enfrentamos problemas com empresas, somos atendidos pela GNC e a Arcoíris, duas renomadas instalações. Sem falar que as salas precisam urgentemente de uma reforma, perdi a conta de quantas vezes meu filme ficou desfocado, mudo, ou simplesmente parou no meio.

> Meu programa favorito. Desfrutar de um bom filme na sala escura de cinema se tornou uma fonte de estresse, ainda mais em época de veraneio, desvantagens de se morar em regiões turísticas. Estou carente de grandes emoções cinematográficas. Quero sentir novamente o medo que tive de Freddy Krueger, morrer de rir com o Todo Poderoso, ficar tenso com Clint Eastwood. Ser aprisionado no limbo dos sonhos ou da Matrix. Quero, mais uma vez sair da sala de cinema e pensar comigo mesmo, “Que grande filme!”.

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