sexta-feira, 1 de julho de 2011

“Isto pode ser feito”

> É no banco reservado da Cadillac Jacks, uma típica cafeteria norte americana, que um homem esguio e enigmático anota os maiores desejos daqueles que sentam em sua frente. Debruçado sobre a mesa, a pergunta que se repete é “O que você mais deseja?”. O preço é um acordo aleatório ditado por sua agenda. Nada na vida é de graça.

> The booth at the End, é a mais nova série em exibição no canal pago FX. Uma mini franquia de dez episódios que anteriormente foi exibida apenas pelo site oficial do canal. Os episódios de dez minutos se passam em um único cenário, onde seu protagonista, The Man, recebe constantes visitas de seus “clientes”, chegados até ele por meio de sua fama boca a boca feita por aqueles com quem já trabalhou.

> A primeira temporada conta com dez personagens, cada uma com um desejo distinto, alguns nobres, outros fúteis. Os acordos são simples. Você faz um desejo e recebe uma tarefa. Cumprindo essa tarefa conseguirá aquilo que pediu. O indecifrável homem da Cadillac Jacks não se apresenta, uma personagem sem nome que manipula o destino e argumenta em sua defesa de que não é responsável pelas decisões das pessoas, elas mesmas o são. Conforme os acontecimentos transcorrem a dúvida cresce, seria ele uma espécie de deus?

> The booth at the End segue padrões já conhecidos, como os utilizados no longa 11:14 de Greg Marcks, ou Pulp Fiction de Quentin Tarantino, mas a inovação não está aí, é na maneira como a história das personagens são apresentadas que se encontra a genialidades da série. A descrição feita dos protagonistas sobre suas próprias vidas cria um cenário envolvente e agiliza seu desenrolar, o que também torna possível ser exibida em episódios curtos para internet. O trabalho escrito por Christopher Kubasik é brilhante, nos faz pensar sobre qual é nosso maior desejo na vida, e quão longe estaríamos dispostos a ir para conquistá-lo. Qual é o preço da sua felicidade?


Publicado na edição 049 do jornal Manchete do Vale de Itajaí em 1º de julho de 2011

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